O melhor e mais potente antídoto contra o “arrastão digital eleitoral” das últimas 24/48hs da extrema-direita de Bolsonaro é rua. Visita em casas, conversas nas praças e supermercados nos bairros, onde a influência bolsonarista, a mentira e o medo conseguiram mais resultados. Há muita gente ainda em dúvida ou sem convicção do seu voto para o 2º turno.
A busca principal não é pela bolha de eleitores já com posição definida, mas pela
franja de eleitores ainda em dúvida que oscila entre um lado e outro. Isso
não quer dizer que os esforços digitais que expõem as contradições e ações de
desgoverno de Bolsonaro e sua turma, sob a forma de vídeo, imagens e “memes” no campo da “memificação da política”, também não devam ser utilizados no esforço diuturno contra a extrema-direita.
Porém, é preciso saber que este artifício digital é - e sempre
será - mais eficiente para os conservadores, autoritários e defensores do
militarismo e do autoritarismo. A nossa conversa é mais difícil, mas ela precisa ser
precedida da auscultação sobre “o que pega” para que aquele eleitor tenda a optar
pelo medo e não pela esperança.
Não se trata de voluntarismo. É preciso ter organização e método de abordagem. E não se pode ter diálogo só falando. Repito, é preciso ouvir. Não adianta falar sobre tudo, em especial deve-se dialogar a partir daquilo que "está pegando para o nosso interlocutor", no campo dos valores, religião, economia e mesmo sobre a política, quem deve definir o campo do diálogo é o nosso(a) interlocutor(a). A pessoal com quem estamos conversando.
Eleição é esperança de
dias melhores e não essa ideia da maluca de aceitar o que já é muito ruim, para
evitar o pior pela ideologia do medo que a candidatura Bolsonaro tenta impor à
força e muitas vezes com enorme violência.
Essa “catação” em casas, nos bairros, supermercados e outros
espaços das cidades é o que deu mais resultados, nas disputas contra a extrema-direita autoritária. Todos sabemos que é mais fácil falar (aqui nas redes) do
que fazer. Mas, é preciso saber o que fazer para ter melhores resultados.
O quadro a favor de Lula é bom e falta pouco, mas é preciso disputar posições na sociedade contra todas as ameaças que estão pairando sobre nossas vidas. Cumprimos bem, dentro do possível, a primeira etapa, agora vamos para a decisiva reta final. Lula é o rosto da esperança. Bolsonaro é a cara do medo.