Quem pensou que a tecnologia no futebol ficaria restrita ao VAR e às estatísticas de desempenhos isoladas dos jogadores, apostou na Best errada (sic). O Google, já passou a utilizar uma potente, volumosa e extraordinária base de dados de várias jogadores, partidas e campeonatos que trabalhadas com tecnologia IA podem definir táticas para times de futebol.
O TacTicAI do Google sugere táticas, em especial, em jogadas de bolas paradas. Os seguidos casos de usos ampliados da economia de dados em variados setores, demonstra como é difícil mensurar seu tamanho ou extensão que são cada vez mais utilizados em extensa e enorme cadeia. Jogadores se transformarão em extensões das máquinas? Não. Até porque todos nós já somos ciborgues (ou cyborg – organismo que mistura partes orgânicos e cibernéticas ou digitais) quando não nos desgrudamos (olhos, mentes e dedos) de nossos celulares.
Não deve demorar, para que os
clubes de maiores investimentos, passem a destinar mais dinheiro para aquisição
de softwares e aplicativos desses dados, do que, exatamente, em bons jogadores.
O humano continuará a ser e sempre a base dos dados capturados para serem
depois algoritmizados. O humano prevalece e por isso esse jogo (futebol) vem atraindo
tanto dinheiro.
Assim, os recursos disponíveis
para clubes de grandes fundos investidores ficarão ainda mais fortes, embora o
imponderável possa ainda prevalecer. Nos outros esportes coletivos como
basquete e vôlei, as chances de um clube pequeno (hoje chamado de menor
investimento) ganhar de uma equipe poderosa e com muito recursos é quase nula.
No futebol, ainda não.
Observe na matéria do jornalista
Rafael Garcia, em O Globo (20/03/2024, p.28) que as primeiras táticas sugeridas
pelo aplicativo TacTic do Google são para ações e jogadas mais fáceis de serem programadas,
com estratégias que podem ser treinadas para bolas paradas como faltas,
escanteios, etc. e contra times específicos já mapeados. A tendência é que os
grandes clubes de futebol, ou aqueles de maiores investimentos, fiquem ainda
mais fortes. O que também tende a ampliar a financeirização no futebol, já
grande entre SAF e FC S.A.
Porém, mais que o esporte futebol
em si, a notícia deve despertar nossa observação para o tamanho da economia
digital e para a sua atuação transversal, com fortes impactos sobre praticamente
todos os demais setores econômicos e da vida em sociedade. O que ajuda a
explicar o gigantismo das Big Techs, os maiores oligopólios da história da
humanidade.
Oito a nove (8/9) das dez
empresas de maior valor de mercado mundo são do setor de tecnologia, de onde faço
a leitura sobre a “dominação tecnológica imbricada à hegemonia financeira”,
ambos baseados na racionalidade neoliberal que redundam na interpretação sobre
a estrutura desse fenômeno, que venho denominado, com outros
pesquisadores, como o “tripé do capitalismo contemporâneo”.
PS.: Texto com colaboração de comentários a partir de postagem sobre o tema no perfil nas redes sociais (FB; Instagram e Twitter).
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