O fotógrafo, artista e pesquisador Mateus Gomes Almeida lançou agora em 2024, o seu fotolivro: Açu. O livro contém imagens que expõe um olhar que se pode chamar de arte-resistência sobre as consequências pessoais, sociais e ambientais da população do território hoje ocupado pelo complexo portuário do Açu, instalado no Norte Fluminense, município de São João da Barra.
Mateus Gomes nasceu em 1993 em Campos dos Goytacazes, RJ é graduado em Direito pela UCAM Campos, foi pesquisador colaborador no Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico do Centro de Ciências do Homem (LEAA) da UENF. Atualmente é graduando em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e atua como pesquisador, fotógrafo e artista independente. Suas pesquisas investigam em especial "temas relacionados a geografia humana, geopolítica, globalização e ao território como matriz da vida social, econômica e política, produzindo trabalhos em fotografia, vídeo e desenho".
Esse é o segundo fotolivro sobre o tema do Açu. Outro lançado em 2023 se chama Escombros e foi lançado pela Editora Photothings e também retrata o desmonte do habitar dos pequenos agricultores expulsos de suas terras no Açu.
O livro “Açu” participou da Convocatória de Fotolivros Festival Zum, do Instituto Moreira Sales, São Paulo (2024), foi escolhido para exposição coletiva (em curso até fevereiro de 2025 no IMS) e também passou a integrar o acervo da biblioteca do IMS paulista.
O fotolivro "Açu" tem 208 páginas, 110 imagens, é dividido em três capítulos e oferece uma análise crítica do extrativismo em sua fase contemporânea e articulada às cadeias de valor global (CVG), articuladas aos sistemas portuários que tratei na postagem anterior.
Nas palavras do autor (Mateus Gomes) "o fotolivro foi desenvolvido entre os anos de 2017 e 2024, a partir da perspectiva territorial e pessoal do autor, o livro apresenta imagens que contrastam dois mundos distintos – o industrial e o rural –, cujas coexistências são forçadas por interesses econômicos e políticos. O foco recai sobre os agricultores familiares, principais vítimas da atividade extrativista, que testemunham a supressão de suas comunidades em nome do capitalismo predatório".
Por conta de minhas pesquisas sobre a implantação do projeto do Porto do Açu, (holding EBX e depois Prumo), expostas em centenas de postagens no meu blog, tese de doutoramento e capítulos de livro, Mateus Gomes me solicitou e tive a honra de publicar o texto “Porto para quê e para quem” que encerra o referido livro.
Vale conferir um pouco sobre a arte-resistência do Mateus Gomes em seu site que também reproduz algumas das imagens publicadas em seu livro:
Nenhum comentário:
Postar um comentário