A crônica que o grande Carlos Heitor Cony escreveu ontem no Jornal do Commercio é primorosa. Fala das biografias interessantes que tem lido. Disse que “a biografia vale por um romance no sentido comum da palavra, ou seja, pega a vida do berço ao túmulo, descreve suas glórias, misérias, detalhando ao mesmo tempo o painel humano em que viveu. Donde os personagens são vários, a comparsaria é divertida, as tramas paralelas muitas vezes melhor do que a principal”.
Cony continua falando das histórias deste biografados levantando questão sobre os esforços de personagens do tipo Proust, Joyce, Eça de Queirós e Nelson Rodrigues que criavam fatos por necessidade de mídia. Segundo ele: “não poucas vezes, eles próprios escreviam notas, resenhas e até críticas inteiras sobre suas obras e arranjavam amigos que assinassem e outros que as publicassem. Chegavam a inventar adversários e inimigos com os quais pudessem duelar ou serem defendidos por amigos. Faziam de tudo para não deixar a peteca da glória cair.”
O grande escritor termina magistralmente questionando: “Se isso aconteceu com alguns gênios de nosso tempo, o que não acontece por aí, na planície da mediocridade humana”.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário