A eleição em segundo turno é completamente diferente. Todos sabem disso. Os mais afoitos dizem que o trabalho prioritário é garimpar os votos dos demais candidatos que não chegaram lá e, só depois segurar, para que os seus, não fujam. Para atender a este último quesito é bom não fazer e nem deixar que façam bobagens em seu nome. Quando se começa a ter que explicar algum tipo de acordo ou aliança esdrúxula, as coisas podem se complicar.
Porém, há análises de números que nos surpreendem. Embora a atitude natural, aliás, de todos os candidatos seja o de buscar o maior número de votos possíveis, outros ingredientes não podem ser abandonados, senão vejam: em rápidas operações matemáticas é possível identificar que, se os dois classificados ao segundo turno, mantiverem inalterados os seus votos e todos os eleitores de HH resolverem votar nulo, Lula ganha a eleição com 52,18% dos votos contra 47,82% de Alckmim.
Se “todos” os eleitores que não votaram, nem em Lula e nem em Alckmim votarem nulo, Lula chegará ao percentual de 53,86% contra 46,14 de Alckmim, uma diferença de 7,72%, maior do que os 6,97% de diferença que eles tiveram no primeiro turno (Lula 48,61% x 41,64% Alckmim).
Portanto, para Lula, vale primeiro manter os seus votos e só depois arriscar alguns dos seus não eleitores do primeiro turno. Provavelmente, é nisso que sua assessoria de campanha pensou quando definiu Pernambuco e a Bahia, como os dois primeiros estados a serem visitados. Eleição em segundo turno necessita mais de tutano do que de suor. Disse tutano, por favor, não confundam as letras!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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2 comentários:
Concordo com suas palavras sobre o posicionamento esperado para a campanha de Lula. Contudo um fator de grande ajuda foi o apoio do casal garotinho ao Geraldo. Pois sabemos que a antipatia que o casal proporciona em uma gama consideravel de eleitores, será benéfico para qualquer concorrente. E a posição radical da Denise F. e do Cesar Maia, conturba ainda mais a indefinida coligação do partido encabeçado pelo PSDB.
Ramon Maia Jr.
Olá Ramon,
Esta será uma eleição muito disputada. Ganha quem errar menos, quem fizer menos marolas. nest sentido, este movimento do Geraldo, se não provocou uma tsunami produziu ondas que está fazendo-o explicar.
Em política, se diz que toda vez, que você tem que se explicar já começa a perder alguma coisa. Porém , o segundo turno é longo, faltam mais de três semanas, até lá espaços para muitos erros, hi!
Abraços,
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