No site da Carta Maior, o jornalista, Flávio Aguiar, também fez sua análise. Abaixo alguns trechos. Se desejar pode vê-la na íntegra aqui.
"A repercussão dos blogues, manchetes de jornal, tevês, sobre o primeiro debate do segundo turno da eleição presidencial, privilegiou, como é costume, o desempenho cênico dos candidatos. Quem estava “calmo”, quem ficou “nervoso”, são expressões recorrentes. Em segundo lugar, vem “quem fez mais perguntas que o outro não respondeu”. Só depois, se e quando se chega lá, vem a questão das idéias apresentadas".
"Vale notar que no fim de contas o “tom” de um desempenho também revela um conceito. E nisto Alckmin, mesmo que não quisesse, revelou novamente seu vezo autoritário. Excedeu-se no tempo muitas vezes; manteve o tom de “ponha-se no seu lugar” o tempo inteiro, demonstrando que seu decoro é o da Casa Grande. Neste ponto Lula talvez tenha hesitado demais, pois ninguém pode se dirigir ao Presidente da República na base do “você mente”, “não minta”, etc. Na primeira vez Lula já deveria ter pedido o direito de resposta, pelo menos para sinalizar que nesse tom um debate não pode nem deve prosseguir".
"Mas talvez não haja mesmo a possibilidade de um debate. O mundo que Alckmin projeta para seu governo é tão diverso daquele em que Lula vive, que os pontos de contato (que permitem na verdade o confronto) em termos da situação em que estamos, são de fato quase inexistentes. O autoritarismo do primeiro fica evidente até na promessa feita de que não vai privatizar a Petrobrás, nem a Caixa Econômica Federal, nem o Banco do Brasil".
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