quarta-feira, outubro 04, 2006

Porto do Açu – Ameaças e oportunidades

Ontem, mais uma vez está sendo lançado o empreendimento do Porto do Açu no município de São João da Barra. Ao relembrar seus dados, aproveitei para trazer, aos leitores deste blog informações e questões sobre o investimento que este blog já comentou em notas passadas:
Ameaças 1)É um empreendimento privado, mas com demandas dependentes de muitos investimentos em logísticas e infra-estruturas governamentais que podem inviabilizá-lo ou atrasá-lo com as mudanças governamentais; 2) Para começar a operar, o empreendimento necessita de pelo menos 12 (doze) diferentes tipos de licenças, desde, a principal a ser liberada pela Antaq (Agência Nacional de transportes Aquaviários), passando pelas licenças do IEFs (Instituto Estadual de Florestas de MG e RJ) para a instalação dos minerodutos, até as licenças ambientais para instalação, tanto do mineroduto, quanto da unidade de beneficiamento, junto ao porto na localidade do Açu. Este é o número de licenças que porto semelhante a este, de propriedade da empresa Samarco, que funciona no município capixaba de Anchieta, vizinho a Guarapari, hoje possui para operar dentro das exigências legais e ambientais. Oportunidades: 1) Um porto mais do que nunca é uma janela aberta para o mundo, de forma especial, neste momento de ampliação de comercializações entre os mercados mundiais. Ele potencializa tanto exportações de outros produtos (álcool, frutas, etc.) como cria condições para a importação e agregação de valor no seu beneficiamento ou na sua comercialização; 2) Um dos principais motivadores para a sua localização é a redução do ICMS na região. A outra motivação é a possibilidade de aqui pegar uma “beirada” no apoio às atividade petrolíferas off shore que pode ampliar fortemente os ganhos que os empreendedores estimam para este complexo portuário; 3) Se o empreendimento se concretizar, ampliam as possibilidades de implantação também de uma siderúrgica, a exemplo do que também está sendo avaliado em Ubu no Espírito Santo. Isto se dá pela, ainda crescente demanda mundial, atualmente não coberta para os produtos siderúrgicos. PS.: Não acredito nestes números fantasiosos de geração de emprego. Avalio que na fase de construção e montagem (caso se confirme) dificilmente passará de 2 mil empregos, já na etapa de operação estimo que ficará abaixo de mil empregos, entre diretos e indiretos. Hoje, o Porto de Ubu, que tem capacidade instalada maior que a primeira parte do projeto do grupo MMX por aqui, tem na sua operação, em torno de 900 trabalhadores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Interessante ler estas postagens antigas. O Porto tem hoje umas 2.500 pessoas trabalhando diretamente nele... fora os prestadores de serviços de fora. Isso porque o Estaleiro está apenas no início... Interessante também as previsões de operação do Porto. Estava previsto para 2009, depois passou para 2010... no início deste ano se dizia 2012 e agora já se fala em 2013.

Trabalhador do Porto