65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sábado, novembro 03, 2007
Era uma vez...
Assim nossos avós e os ficcionistas começavam a contar suas histórias. Hoje, a maioria deles, já rebuscou os textos e a contação de causos. Os políticos rejeitam esta expressão de apoio para contar suas peripécias, mas igualmente a usam. Fazem isto, mas raramente conseguem avaliar e discernir seus momentos de baixa de popularidade diante dos eleitores. Sonham com inexistentes fórmulas novas e mágicas para tentarem se manter no apogeu da política.
A representação política é um encargo na vida do cidadão. Alguns não a consideram enquanto possibilidade pelo simples fato, de preferirem cuidar das suas vidas pessoais. Não se importa com os outros e considera a política, um mal não necessário. Por outro lado, há aqueles, que dando razão aos primeiros, vêem nela, a possibilidade de se locupletarem. Nem um nem outro têm razão, mesmo que a maioria de ambos, ou de apenas um, siga este caminho.
Quando o político começa a contar certa vez... seu apogeu já vai longe. Difícil de achar aqueles que entendem que o seu tempo está passando ou mesmo, já passou. O tempo passa mais rapidamente para uns que para outros. Os que começaram garotinho, ainda mais com apoio desta alcunha, mais cedo poderá encerrar seu período de prestígio, sem que seja necessário novo registro nominal no cartório eleitoral.
Era uma vez, em minha cidade um jovem radialista e poeta, que obcecado pelo público já fiel em seus programas matinais sonhou voar alto, no desejo de se tornar um destes representantes. A obstinação e a ousadia tornaram seu objetivo mais próximo. A descoberta do pragmatismo, na já poderosa máquina pública, viabilizou acessos e postos talvez, antes inimaginados.
Na caminhada não se fez de rogado quando sentiu necessidade de jogar para o acostamento, tantos quanto lhe questionassem práticas, formas e principalmente, o desejo de vôos autônomos.
Chegou longe, mas rapidamente retornou. Ainda não enxerga o fim, mas continua a colecionar ex-colaboradores e adeptos. Sabe que dois lados na política é prática tão velha quanto vento sul. Só não esperava perder a máquina, hoje engordada pelos royalties para com ela retomar, o sonho enterrado da presidência, entre diversos outros motivos, por uma greve de fome de poder.
Aspira novamente o mais alto posto na representação popular do estado. Não repetirá, cem anos depois, o conterrâneo Nilo Peçanha, mas já pensa nos netos e nas histórias... era uma vez!
Artigo publicado ontem na Folha da Manhã.
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2 comentários:
Por que essa raiva e grande preocupação com o Garotinho? Ele não está morto politicamente?
Não seria melhor o senhor aproveitar o espaço no Jornal Folha da Manhãe e denunciar o assalto dos cofres da Prefeitura de Campos? Os bandidos que estão arrasando a nossa cidade?
Será que o ex-prefeito Arnaldo Vianna também não merece um comentário mais profundo do senhor Roberto Moraes, afinal vive sendo chamado de ladrão e fica quietinho?
Sou leitor do blog, admiro o senhor pela coragem, fui estudante do CEFET e hoje sou funcionário público municipal(concursado há 10 anos)e fico triste quando o senhor não mostra a independência do seu blog quando escreve para a Folha da Manhã.
Um abraço,
Fernando
Meu caro Fernando,
Obrigado pelo seu comentário e pela leitura do blog. Bom saber que foi aluno do Cefet e hoje é funcionário concursado da PMCG.
Quanto ao artigo posso lhe afiançar que ele não foi exclusivamente sobre o Garotinho. Se observar bem, ele trata da subida e descida do pretígio de todo o político diante da população. Garotinho foi apenas um exemplo no pequeno espaço de análise que o artigo permite.
Quanto ao desejo de independência nos jornais de Campos, não tenha esta ilusão. Nem o Monitor Campista pode ser considerado neste patamar. Hoje isto já não me preocupa. Sabendo quais são as limitações de cada um destes órgãos de imprensa, as pessoas com maior discernimento e acesso à informação, como você, podem ir tirando suas conclusões.
Quanto a escrever em um deles, continuo fazendo-o porque, até hoje (Já são mais de oito anos), tive liberdade de escrever o que bem quis, sem censuras. Se observar na leitura dos últimos deles, na seção ao lado "Meus últimos artigos" verá que tanto neles, quanto aqui no blog, tenho sido um crítico implacável denunciando a mau uso dos recursos dos royalties, obras, convênios e licitações caras, etc feitas pelas administrações mais recentes da PMCG.
Fiz isso também com os convênios absurdos da época do Garotinho e Rosinha no governo do estado.
As críticas aos dois lados, que têm a mesma origem, não se justificam por raivas ou quaisquer outros sentimentos, que não seja o interesse público. Não é possível se aliar a Garotinho para criticar Mocaiber/Arnaldo e nem fazer o inverso e se aliar a Mocaiber para questionar Garotinho.
Campos precisa sair desta dicotomia, desta dualidade que só interessa aos dois grupos, que assim se revezam na disputa do poder, fechando toda e qualquer possibilidade de se construir algo verdadeiramente novo e de gestão séria e eficiente para a população campista, nesta fase tão generosa de recursos.
Enfim, continuemos a nossa luta.
Abraços e mais uma vez obrigado pelo comentário.
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