65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
domingo, maio 09, 2010
Mãe
Escrevi este texto há exatos cinco anos. A data me fez recordá-lo com o desejo de redividi-lo com os leitores e leitoras deste espaço, como forma de re-homenagear minha mãe Eliete, apoveitando para parabenizar a todas as mães neste seu merecido dia:
"Mãe"
"Este é um espaço que tenho usado para discutir assuntos áridos como economia, administração e políticas públicas. Como já fiz algumas inserções com textos com conteúdos menos racional e as reações não foram ruins, vou hoje, com este texto homenagear a minha mãe Eliete, antecipando os festejos do domingo.
Não sou poeta, gostaria de sê-lo, para neste momento poder expressar com lirismo e rima, aquilo que sinto. As mães são merecedoras que seus filhos, todos, fossem poetas para retribuir parte daquilo que elas nos dão durante nossas vidas.
Minha mãe é uma pessoa simples. Cresceu acompanhando a luta do pai, o “caboieiro do pé rachado”, no seu cotidiano de homem do campo que criou oito filhos. Casou cedo como era comum à época. Desde nova apreciou a leitura de romances que nem a luz de vela a fazia desistir. Foi também desportista praticante de vôlei no antigo Colégio São Salvador na Rua Formorsa. Guarda até hoje o gosto pelo esporte que a faz varar madrugadas no acompanhamento de competições de diversas modalidades.
Sempre foi religiosa sem pieguice e com uma evolução de discernimento que supera a média daqueles que se escolarizaram só até o atual ensino médio. Dedicou a maior parte da sua juventude às tarefas domésticas, já que aos vinte e dois anos, possuía dois filhos que muito a exigia. Teve no total quatro filhos, do qual sou o único homem.
Suas maiores dores foram as perdas de entes mais próximos. Dois por acidentes automobilísticos, o irmão mais velho e a filha mais nova. A morte da mãe, após um aneurisma, doeu tanto na alma quanto o sofrimento da doença e da morte do esposo, meu querido pai. Porém, na sua semana, aqueles que ainda possuem suas mães, não têm direito de cultivar a tristeza.
Sinto profunda alegria de reconhecer a sua força para reagir e enfrentar as adversidades. A melhor recordação que levarei para sempre comigo foi o passeio que fizemos juntos a Portugal, Espanha e França, logo após, deixar a direcão do Cefet. Ali vi de perto sua fome de conhecimento e de sentimento estético ao visitarmos pontos turísticos e históricos.
Muitas outras virtudes possui. Sempre buscou ajudar nas tarefas da família não só com os cuidados destinados aos filhos, mas, também nos seus bordados que ainda hoje são lembrados pela fama de bom gosto, delicadeza e acima de tudo criatividade. Precisei enfrentar junto com ela as adversidades e avançar nos estudos para identificar outra característica, a de pessoa empreendedora que gosta de fazer as coisas, embora, quase sempre prefira a ajuda filantrópica ao comércio remunerado.
Ao refletir sobre o interesse que o leitor poderá ter neste texto de caráter tão pessoal, concluo por me considerar contemplado, se conseguir fazer com que, pelo menos uma única pessoa, após a sua leitura, se interessar em fazer o mesmo, transmitindo em texto ou de forma pessoal, o reconhecimento e o agradecimento pela dedicação que sua mãe fez ou ainda faz.
Como já disse, versos que não sei fazer, mas tenho um amigo, Dr. Luiz Alberto Mussa, que fez em homenagem à sua: “Mãe.../ Desde então /Não há palavra ou pensamento bom, /Nenhuma essencia de perfume ou cor /Que signifique tão imenso amor... / Nem há poema ou sinfofnia, nada, / Nem há delicadeza e nem palavra /Que signifique ou soe tão delicada... / Mãe... / Basta dize-la prá trazer na voz / A luminosidade de um milhão de sóis... / No inicio era o verbo / E o verbo se fez mãe /E habitou entre nós...” Parabéns a todas as mães e um abraço especial à minha mãe Eliete."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Fiquei curiosa... Gostaria de conhecer esta brava mulher. Parabéns a ela e a você por tê-la
Postar um comentário