domingo, maio 09, 2010

Sobre a mídia impressa, a eleição presidencial e as pesquisas que ainda não foram divulgadas

Parte final do artigo do diretor-presidente do Vox Populi, Marcos Coimbra, no Correio Brasiliense, na edição deste domingo: "Um tom de indisfarçável torcida marcou o noticiário de abril. Quem leu o que vários órgãos da chamada grande imprensa publicaram só ficou sabendo dos “erros de Dilma” e os “acertos de Serra”, os primeiros provocando o “desespero” de Lula e abalos na coligação governista, os segundos gerando empatia na sociedade e novas alianças políticas. Foi informado de que o saldo disso seriam “novas pesquisas”, que mostrariam o avanço de Serra. Pode ser que venham, mas ainda não chegaram. O que todas as conhecidas apontam é para um cenário de estabilidade: quando se comparam os resultados do final de março, antes da desincompatibilização, com os do final de abril, nada mudou. No Datafolha, a distância entre Serra e Dilma aumentou um ponto, no Ibope, dois. Ou seja, ficou igual. É o mesmo que indicam outros levantamentos, ainda não publicados. A marola do noticiário não parece ter alcançado, pelo menos por enquanto, a imensa maioria do eleitorado. E será que vai tocá-la nos próximos meses? Torcer é bom e faz parte da política. Querer que seu candidato vença e os outros percam é um sentimento natural. Mas torcer não rima com informar."

5 comentários:

Marcelo Bessa disse...

Concordo, Roberto: com certeza torcer não rima com informar, mas nem todo mundo que atua na mídia lembra disso - e isso vale para ambos os lados.

Roberto Moraes disse...

Caro MArcelo,

Vale para todos, até para equilibrar as informações é natural, e bom que outras versões sejam emitidas e veiculadas.

Bom lembrar que a questão da informação certa é uma questão difícil, porque muitas vezes um fato é visto de diferentes maneiras conforme o observador.

Por isso, já escrevi aqui o texto "O mito da imparcialidade" que vez por outra permeia o imaginário de quem diz não defender lado nenhum.

Se desejar pode reler aqui:
http://robertomoraes.blogspot.com/2009/09/o-mito-da-imparcialidade.html

Abs.

Gustavo Carvalho disse...

Camarada Roberto, realmente "torcer não rima com informar"! Especialmente se o poder de enunciação/interpretação do mundo é tão assimétrico. A ideologia da liberdade de imprensa se fundamentando na liberdade de opinião tem condições racionais de se sustentar quando "informação" mercadoria e viabiliza a reprodução ampliada do capital? Ingenuidade ou má-fé?

Anônimo disse...

torcer nao rima com nao informar mas... quando a alguns dias atras em um post sobre os problemas dos correios eu tentei postar que a grande culpa do sucateamento da ECT foi do atual governo voce me censurou pois se recusou a postar a verdade! inclusive meu post estava argumentando com notas de outros sites imparciais... lamentavel que nao somente a midia tradicional mas tambem os blogs estao totalmente parciais...

Helton cardoso

Anônimo disse...

O dever de prestar serviços adequados aos fins a que se destinam está textualmente previsto no CDC (Lei 8.078/90). Ora, se o prestador de serviços, como no caso da empresa jornalística que presta o serviço de informar, não informa ao leitor a verdade real (a expressão pode parecer redundante) eivada a informação do vício de parcialidade, não seria o caso de entender que o fornecedor não está fornecendo um serviço que satisfaz aos fins que dele se esperam ? Ou seria o caso de entender que na realidade não existe jornalismo, e que tudo não passa de uma grande falácia ou brincadeira de “torcedores”? Não seria a hipótese então de se admitir que este consumidor/leitor/lesado possa buscar na justiça a devolução da importância despendida na contratação do serviço defeituoso, no caso, da informação veiculada no “jornal” (como assim se denomina) que não atende ao requisito legal de prestabilidade ? Ou seria o caso da empresa jornalística entender não está sujeita aos efeitos da Lei 8.078/90, e que não deve, em exceção à regra geral, satisfação alguma ao fornecedor ?