É preciso ser mais claro nas informações sobre o grave derrame de óleo no litoral brasileiro.
As informações da Marinha é que já foram recolhidos mais de mil toneladas de petróleo nas praias da costa brasileira por conta do derrame de causas ainda não divulgadas.
Fazendo a conversão de toneladas para barris de petróleo, a que o brasileiro está mais acostumado, significa que já foram recolhidos mais de 7.300 barris de petróleo. Como um barril tem 159 litros de petróleo, é possível deduzir que foram capturados mais de 1,160 milhões de litros de óleo derramados no mar.
Isso já é quase o dobro do que se afirma ter sido vazado em 2011, quando dos problemas de perfuração do campo de Frade, por parte da petroleira americana Chevron, na Bacia de Campos.
Isso foi a quantidade de óleo do derrame recolhido e não o que ainda está espalhado pelo mar.
Hipóteses sobre as causas
Sem identificar a causa o potencial de danos continua a avançar.
Isso foi a quantidade de óleo do derrame recolhido e não o que ainda está espalhado pelo mar.
Hipóteses sobre as causas
Sem identificar a causa o potencial de danos continua a avançar.
São duas as hipóteses mais prováveis.
Uma mais fácil de ser identificada outra mais remota.
A mais remota de ser identificada é a hipótese de vazamento em transbordo (operação ship-to-ship) entre petroleiros em que estão usando cada vez mais navios com o "transponder" desligado, para não se identificar as rotas e as cargas dos mesmos, visando furar os bloqueios de comércio impostos pelos EUA.
O tema foi muito bem tratado pelo pesquisador William Nozaki, em artigo no Le Monde Diplomatique-Brasil que tem como título: "Guerra comercial, petroleiros piratas e o vazamento de óleo" e pode ser lido aqui.
A outra hipótese é a de vazamentos em operações de perfuração de campos de petróleo no litoral do Nordeste, mais especialmente em Sergipe ou Alagoas.
Só hoje, o presidente da Petrobras admitiu que o derrame de óleo já pode ser considerado tão grande ou maior odo que o ocorrido com a sonda da BP, em 2010, no Golfo do México.
Além da paralisia em combater o problema e identificar as causas, o governo brasileiro, mostra sua tibieza diante das corporações petroleiras globais.
A crítica vale também para o Ministério Público Federal.
Em 2011 quando a Chevron foi responsável por um vazamento de 4 mil barris de petróleo, nas atividades de perfuração de um poço na Bacia de Campos, o procurador Eduardo Oliveira, que atuava no MPF em Campos, foi bastante atuante nas ações judiciais.
Infelizmente depois, a Justiça através do TRF da 2ª Região, acabou sendo leniente com a petroleira americana.
A situação é muito grave. O ES já se preocupa com a chegada do derrame de petróleo em suas praias do Norte, onde, esta noite também foi suspensa a pesca de camarão.
Hoje, diante dessa situação grave, a omissão continua sendo a tônica e mostra como o Estado, abre mão de cumprir o seu papel mínimo de regular e fiscalizar as atividades privadas, promovendo o desmonte de órgãos e políticas de fiscalização e controle das atividades exploratórias.
Os danos já são gigantescos e parecem se ampliar, tanto no ambiente natural, quanto na imagem de um país que permite tudo e se deixar desrespeitar, enquanto nação.
PS.: Atualizado às 23:12: Segundo informações do presidente em exercício Hamilton Mourão, até agora foram recolhidos 2.500 toneladas do derrame de óleo cru. Assim, atualizando as contas isso equivale a 18,6 mil barris de petróleo, apenas a parte recolhida nas praias. Ou 2,96 milhões de litros de óleo cru. Quase 3 milhões de litros de petróleo recolhidos até agora nas praias.
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