Já os números das importações de derivados de petróleo feitas pelo Brasil em 2019, ainda não foram divulgados, mas deve ficar em cerca de 600 mil barris por dia entre combustíveis (diesel e gasolina) entre outros derivados como querosene de aviação, nafta, solventes, coque, lubrificantes, etc. A maior parte é de diesel e gasolina, importada em sua grande maioria desde 2016 dos Estados Unidos.
Ou seja, o país segue vendendo a preço vil suas refinarias, que estão operando com capacidade abaixo da nominal, enquanto o Brasil compra os derivados refinados de petróleo, por valores muito maiores, que o do óleo cru aqui extraído e exportado.
O quadro tende a piorar, pois o Brasil segue aumentando significativamente a sua produção de petróleo, por conta da enorme produtividade dos poços da Bacia de Santos e do Pré-sal. Além disso, uma parte cada vez maior das reservas descobertas (ativos) pela Petrobras foram e continuam sendo transferidas para petroleiras estrangeiras que fazem o que bem entendem do petróleo extraído.
Esse esse volume exportado de 1,3 mibpd em 2019, equivale quase a metade da produção de petróleo no Brasil (só petróleo e não gás natural) que em outubro de 2019 foi de 2,964 milhões de barris. Isso mesmo, hoje, o Brasil exporta 44%, quase a metade do petróleo que produz.
Segundo a ANP, o Brasil será em 2030, o 4º maior produtor de petróleo do mundo. Sairá de uma produção atual de 3,3 milhões de barris por dia (mibpd) hoje, para 7 milhões de bpd em 2030, quando deverá estar exportando entre 4 e 5 milhões barris por dia (mibpd), demandando assim mais terminais portuários, navios petroleiros, etc. (Vide aqui postagem do blog, em 10 de setembro de 2019,
"As previsões de demandas de infraestrutura e equipamentos para dobrar a produção de óleo e gás no Brasil até 2030, comprovam as razões do desmonte da Petrobras e das empreiteiras no país".
Enquanto isso, a Petrobras vende seu parque de refino e o controle do mercado que era até aqui da estatal.
Assim, o Brasil ficará ainda mais dependente da importação estratégica e cara de combustíveis do exterior, em boa parte petróleo aqui extraído e vendido lá fora. Em 2017, o blog já comentava sobre o início deste movimento, em texto repercutido aqui pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e diversos outros sites e blogs.
Tem-se assim, uUm processo semelhante ao que vive outras nações produtoras e desindustrializadas, como a Nigéria, que ao contrário do Brasil projeta dobrar sua capacidade de refino.
Ou seja, após o golpe político no país em 2016, assistimos a um desmonte do setor de petróleo e de ferino. A Petrobras foi fatiada, desintegrada (deixando de ser uma empresa de energia do poço ao posto) e está sendo entregue em partes às petrolíferas estrangeiras e fundos financeiros globais, enquanto no país, o preço do combustível dispara, com a gasolina a quase R$ 6, mesmo estando o barril de petróleo a pouco mais de US$ 60, no mercado internacional.
PS.: Atualizado às 22:58: Para breve acréscimo no texto original.
PS.: Atualizado às 23:44 e 23:51: Para maior espanto de todos, esse volume exportado de 1,3 mibpd equivale quase a metade da produção de petróleo no Brasil (só petróleo e não gás natural) que em outubro de 2019 foi de 2,964 milhões de barris. Isso mesmo, hoje, o Brasil exporta 44%, quase a metade do petróleo que produz.
PS.: Atualizado às 00:58: Para corrigir título para 1,3 milhão.
Assim, o Brasil ficará ainda mais dependente da importação estratégica e cara de combustíveis do exterior, em boa parte petróleo aqui extraído e vendido lá fora. Em 2017, o blog já comentava sobre o início deste movimento, em texto repercutido aqui pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e diversos outros sites e blogs.
Tem-se assim, uUm processo semelhante ao que vive outras nações produtoras e desindustrializadas, como a Nigéria, que ao contrário do Brasil projeta dobrar sua capacidade de refino.
Ou seja, após o golpe político no país em 2016, assistimos a um desmonte do setor de petróleo e de ferino. A Petrobras foi fatiada, desintegrada (deixando de ser uma empresa de energia do poço ao posto) e está sendo entregue em partes às petrolíferas estrangeiras e fundos financeiros globais, enquanto no país, o preço do combustível dispara, com a gasolina a quase R$ 6, mesmo estando o barril de petróleo a pouco mais de US$ 60, no mercado internacional.
PS.: Atualizado às 22:58: Para breve acréscimo no texto original.
PS.: Atualizado às 23:44 e 23:51: Para maior espanto de todos, esse volume exportado de 1,3 mibpd equivale quase a metade da produção de petróleo no Brasil (só petróleo e não gás natural) que em outubro de 2019 foi de 2,964 milhões de barris. Isso mesmo, hoje, o Brasil exporta 44%, quase a metade do petróleo que produz.
PS.: Atualizado às 00:58: Para corrigir título para 1,3 milhão.
2 comentários:
Politica que atende os inteRÉsses do establishment vendido para neoliberalismo
Caro André,
Pelo texto na íntegra é possível identificar que o quadro que tende a piorar a que me refiro é que a distância entre aumento da produção e a colossal produtividade dos campos do pré-sal e as importações de derivados e combustíveis. Tem razão, a redação poderia ser melhor para explicar àqueles que podem misturar as interpretações.
A descoberta do pré-sal e a sua produção são frutos de quem tece coragem de remar contra a maré que visava já ter entregue lá atrás toda essa potencialidade, dizendo que a hipótese do mesmo se tratava de uma miragem.
A produção a custos inimagináveis é um colosso que gerou cobiça e disputa pelo poder que hoje define a entrega de nossas riquezas a preço vil e de final de xepa.
A discussão sobre o refino é mais ampla e já fiz em alguns momentos e postagens no blog relatando interpretações de pesquisas sobre o setor. A própria ANP possui alguns bons estudos sobre o assunto, que desde 2016 foram descartados.
O setor petróleo, segundo as próprias players petrolíferas produz melhores resultados quando vistos e planejados de forma integrada desde à produção ao beneficiamento e distribuição para o consumo. Quando se tem controle apenas sobre uma parte da cadeia, você perde a possibilidade de ganhos que podem ser compensados em um outra etapa (upsptream ou downstream)conforme o movimento do mercado.
O Brasil é um dos maiores mercados de derivados e combustíveis do mundo. Ao entregar praticamente toda essa parte da cadeia produtiva a players estrangeiros, você passa a ser controlado e não mais controlar essa etapa que é estratégica em termos de segurança energética. E pior, a compra dessas refinarias será feita (direta ou indiretamente) por petrolíferas estrangeiras e grandes tradings de combustíveis (Trafigura, Vitol, Glencore) que tendem a controlar e interferir em preços internacionais, dos quais passaremos a ser cada vez mais dependentes, ao contrário de antes. Aliás, razão pela qual lançou a Petrobras na década de 70 a procurar petróleo no mar, para não ficar dependente dos combustíveis caros importados depois dos dois choques de petróleo.
Até a Nigéria, assim como a maior parte dos países produtores do oriente Médio, assim como a Índia, um grande consumidor e importador de óleo estão ampliando seus parques de refino. Aqui, o país resolveu entregar não apenas o parque de refino, mas o mercado com o pífio argumento que visa aumentar a competição. Ora, que país do mundo entrega seu mercado interno para concorrentes?
A questão é ampla, o argumento deste texto, apenas com a atualização dos dados sobre a relação entre exportação de 44% da produção nacional de óleo e importação de derivados e combustíveis que gera um déficit no geral (para essa conta óleo cru e combustíveis) no Brasil é, pois, um absurdo.
A não ser que se esteja defendendo os investidores e não a Nação. George Soros agradecem, enquanto os brasileiros padecem nas bombas de combustíveis.
Sds.
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