Por mais incrível que pareça o Irã parece estar hoje maior que antes do assassinato do general Soleimani, cometido ontem, por ordem do presidente norte-americano, Donald Trump.
Ao contrário do caso do Bin Laden, o império não produziu antes o horror e o ódio de boa parte do mundo contra um líder muçulmano ou islâmico, como era o protocolo do império.
Há forte desconfiança - de vários lados e nações - de que Trump, pode ter percebido que este era um momento que não poderia ser adiado, para tirar o foco da questão do seu impeachment político no congresso americano, para de tentar buscar para si, o sentimento de unidade do povo americano, como nos casos anteriores, considerando que sua eleição se decide no final deste ano.
Aliás, vale observar que há uma contradição entre as falas nesta tarde do secretário de Estados dos EUA Mike Pompeo que disse que "não interessa uma guerra com o Irã" e a do presidente Trump que disse que "os EUA atuaram para parar uma guerra".
Parece que presidente e secretário dos EUA não combinaram bem o discurso pós-assassinato, o que reforça a hipótese de uma decisão atabalhoada e oportunística.
A Rússia e a China como adversários dos americanos manifestaram posições de estadistas, de quem estaria acima de tudo isso, questionando a irresponsabilidade americana para desestabilizar uma região complexa e historicamente conflituosa, como é o Oriente Médio, como suas enormes reservas de petróleo.
No plano nacional, a mídia comercial chama um aumento até aqui de cerca de US$ 3 dólares (pouco mais de 4%) de "disparada de preços". Mandam repórteres para corretoras para reproduzir a voz do mercado, sem levar em conta a disputa de hegemonia política mundial, não considerando o efeito desse desejo unipolar e de dominância americana, sobre o nosso cotidiano.
A voz da ONU ninguém consegue ouvir e nem respeitar, mostrando que o império do capital age sem freios e sem preocupações com a questão civilizatória.
As consequências são conhecidas, embora, o jogo de posições no tabuleiro estejam ainda se movimentando.
Bom lembrar que é a primeira vez que um conflito num país do Oriente Médio (Irã) com os EUA, encontra uma relação tão próxima deste com a neo e forte aliança Rússia e China, que assim aparece para o mundo com posição de moderação, como aliás, pede grandes nações do mundo, para evitar uma escalada maior deste conflito.
Tudo isso são simbolismos com repercussões que podem ultrapassar o fato em si, do assassinato político do general Soleimani, chefe do exército iraniano, por ordem direta de Trump.
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