As dívidas grandes puxam as empresas e as pequenas os cidadãos para se submeterem ao que for necessário em busca de seu pagamento. Para reduzir as dívidas, se acorda mais cedo, dorme mais tarde, faz horas extras, ou se submete aos trabalhos cada vez mais precários e sem direitos. A dívida move o consumo que gera mais dívida numa roda sem fim.
Fonte: Relatório IIF. Valor, 06 mar 2020, P. A12. |
Segundo o relatório da IIF (Instituto Internacional de Finanças), a associação mundial que articula o setor bancário mundial, no meio de 2019, a dívida global já atingia US$ 253 trilhões, ou R$ 1,2 quatrilhão de reais. Isso mesmo. Até o “word” recusou essa palavra “quatrilhão”, marcando-a em vermelho (sic).
A taxa de endividamento no mundo chegou atualmente a 322% do PIB mundial (soma de todas as riquezas materiais), o que significa que, em boa parte, ela não se sustenta em termos materiais. Esse volume de dívidas significa em termos per capita, que em média cada pessoa do planeta deve cerca de US$ 33 mil, cerca de R$ 155 mil. Ôpa, você gritará, eu não. Alto lá! Mas de qualquer forma isso lhe atinge de uma forma ou outra. Só não atinge a quem cria e estimula as dívidas.
Só a dívida do setor financeiro equivale a US$ 190 trilhões, ou 240% do PIB global, o que também nos sugere de que na sua maior parte ela nunca será paga, apenas seguirá puxando e arrastando os setores econômicos.
É uma dívida gigantesca e incontrolável. Um motor puxado pelos EUA, que desde 2000, triplicou a sua dívida que hoje já equivale a US$ 73,6 trilhões, ou 106% do seu PIB, exatamente, o que os EUA diz, junto com o FMI, que é uma relação que nação nenhuma do mundo deve permitir (sic).
Ainda nos EUA, além das dívidas do tesouro americano, as dívidas privadas dispararam. Entre 2004 e 2013, a dívida estudantil (que está nos debates de mais uma eleição presidencial), quadruplicou e chega hoje a mais de US$ 1,5 trilhão (R$ 7 trilhões, mais que todo o PIB do Brasil).
As dívidas dos estudantes americanos só não é maior do que a dívida que eles possuem com as hipotecas de imóveis, que em 2014 chegou a US$ 8,7 trilhão. A dívida dos estudantes já é maior do que a dos americanos com a compra de automóveis, que em 2018 estava em R$ 1,1 trilhão. Hoje, em boa parte veículos adquirida pelos motoristas (empreendedores da Uber ou 99), que se penduram nas dívidas fazendo que eles tenham (em todo o mundo) que rodar 12, 13, 15, 16 horas, seguidas por dia. Também no cartão de crédito a dívida dos americanos já ultrapassou US$ 1 trilhão.
No livro sobre “A ´indústria´ dos fundos financeiros”, eu escrevi um breve subcapítulo sobre o tema com o título “A ´máquina das dívidas´ como fórmula para a criação de valor no mundo das finanças”. A dívida é a máquina que puxa o todo o resto. É um moto contínuo, uma máquina de multiplicação de dívidas.
Entender essa realidade é o início para uma compreensão mais profunda sobre os movimentos do capital e a economia política na atualidade. As dívidas não precisam ser pagas (veja o caso dos EUA), mas precisam existir para continuar a puxar o capitalismo que esgarça o tecido social e a civilização como estamos vivenciando. É contra isso, que o grande Papa Francisco tem se movimentado tanto. Outro mundo tem que ser possível!
A taxa de endividamento no mundo chegou atualmente a 322% do PIB mundial (soma de todas as riquezas materiais), o que significa que, em boa parte, ela não se sustenta em termos materiais. Esse volume de dívidas significa em termos per capita, que em média cada pessoa do planeta deve cerca de US$ 33 mil, cerca de R$ 155 mil. Ôpa, você gritará, eu não. Alto lá! Mas de qualquer forma isso lhe atinge de uma forma ou outra. Só não atinge a quem cria e estimula as dívidas.
Só a dívida do setor financeiro equivale a US$ 190 trilhões, ou 240% do PIB global, o que também nos sugere de que na sua maior parte ela nunca será paga, apenas seguirá puxando e arrastando os setores econômicos.
É uma dívida gigantesca e incontrolável. Um motor puxado pelos EUA, que desde 2000, triplicou a sua dívida que hoje já equivale a US$ 73,6 trilhões, ou 106% do seu PIB, exatamente, o que os EUA diz, junto com o FMI, que é uma relação que nação nenhuma do mundo deve permitir (sic).
Ainda nos EUA, além das dívidas do tesouro americano, as dívidas privadas dispararam. Entre 2004 e 2013, a dívida estudantil (que está nos debates de mais uma eleição presidencial), quadruplicou e chega hoje a mais de US$ 1,5 trilhão (R$ 7 trilhões, mais que todo o PIB do Brasil).
As dívidas dos estudantes americanos só não é maior do que a dívida que eles possuem com as hipotecas de imóveis, que em 2014 chegou a US$ 8,7 trilhão. A dívida dos estudantes já é maior do que a dos americanos com a compra de automóveis, que em 2018 estava em R$ 1,1 trilhão. Hoje, em boa parte veículos adquirida pelos motoristas (empreendedores da Uber ou 99), que se penduram nas dívidas fazendo que eles tenham (em todo o mundo) que rodar 12, 13, 15, 16 horas, seguidas por dia. Também no cartão de crédito a dívida dos americanos já ultrapassou US$ 1 trilhão.
No livro sobre “A ´indústria´ dos fundos financeiros”, eu escrevi um breve subcapítulo sobre o tema com o título “A ´máquina das dívidas´ como fórmula para a criação de valor no mundo das finanças”. A dívida é a máquina que puxa o todo o resto. É um moto contínuo, uma máquina de multiplicação de dívidas.
Entender essa realidade é o início para uma compreensão mais profunda sobre os movimentos do capital e a economia política na atualidade. As dívidas não precisam ser pagas (veja o caso dos EUA), mas precisam existir para continuar a puxar o capitalismo que esgarça o tecido social e a civilização como estamos vivenciando. É contra isso, que o grande Papa Francisco tem se movimentado tanto. Outro mundo tem que ser possível!
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