A queda da demanda em abril é de 29%, ou seja quase 30% da produção mundial de 100 milhões de barris por dia (mibpd).
Essa diferença que permanece de quase 20 mibpd (que vira estoque) representa consequências pesadas para as empresas do setor, mas para toda a economia global.
Trata-se de uma pesadíssima reacomodação global, porque sabemos que o petróleo lubrifica o capitalismo com o conhecemos desde o século passado.
As decisões da Opep+ empurram o problema para outros países produtores no mundo, inclusive o Brasil e outros da América Latina.
Assim, a situação da Petrobras se agrava bastante, até por conta de sua desintegração, da venda de ativos (como a BR Distribuidora) que poderiam lhe dar mais capital de giro para enfrentar esta tempestade da epidemia. Porém, a diretoria, ajudou a tornar a estatal mais vulnerável, além de não deixar que a mesma pudesse ser instrumento da nação para melhor sustentar a economia do país e automaticamente a empresa.
Mais uma vez insisto que não é possível observar a empresa e este setor sem acompanhar o ciclo petro-econômico na escala global. Na reportagem, afirma o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE): “Quando olhamos para 2020, podemos ver que foi o pior ano da história dos mercados de petróleo e o segundo trimestre pode ter sido o pior de todos”, disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE. “Nesse trimestre, abril pode ter sido o pior mês. Pode ficar marcado como o 'Abril Negro' na história da indústria do petróleo... ”. A reportagem diz ainda que "a AIE espera uma espera uma queda de 4,8% no crescimento econômico global este ano".
Informações dão conta (como previmos em nota aqui na semana passada com o texto "O golpe final do Castelo Branco (Bolsonaro da Petrobras) sobre o setor petróleo e as consequências para a região da Bacia de Campos") que a diretoria da Petrobras já pensa na desmobilização completa e de vez de toda a Bacia de Campos, o que seria um desastre ainda maior para a região produtora fluminense e para todo o ERJ.
Mais uma vez insisto que não é possível observar a empresa e este setor sem acompanhar o ciclo petro-econômico na escala global. Na reportagem, afirma o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE): “Quando olhamos para 2020, podemos ver que foi o pior ano da história dos mercados de petróleo e o segundo trimestre pode ter sido o pior de todos”, disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE. “Nesse trimestre, abril pode ter sido o pior mês. Pode ficar marcado como o 'Abril Negro' na história da indústria do petróleo... ”. A reportagem diz ainda que "a AIE espera uma espera uma queda de 4,8% no crescimento econômico global este ano".
Informações dão conta (como previmos em nota aqui na semana passada com o texto "O golpe final do Castelo Branco (Bolsonaro da Petrobras) sobre o setor petróleo e as consequências para a região da Bacia de Campos") que a diretoria da Petrobras já pensa na desmobilização completa e de vez de toda a Bacia de Campos, o que seria um desastre ainda maior para a região produtora fluminense e para todo o ERJ.
A região já sofre com as menores receitas dos royalties (pelo preço menor do barril), com a hibernação de dezenas de plataformas já em curso e com os empregos qualificados dos trabalhadores destas unidades que estão sendo transferidos ("jogados") para outras plantas da empresa, ou saindo em planos de demissão voluntária.
Também como comentamos várias vezes, se dependesse dos investidores (o que significa falar da diretoria), a Petrobras ficaria reduzida ao Pré-sal.
A pandemia trouxe à tona e aguçou um risco previsto e agora toda a empresa poderá sofrer com essa decisão. A opção pelo risco foi tomada por esta diretoria que segue dobrando a aposta de desmontar a estatal entregando a preços, agora (ainda menores) com o colapso da economia mundial.
A pandemia, assim como a crise econômica é global, mas os genocidas estão aqui do nosso lado.
PS.: Atualizado às 12:38: Para breves acréscimos no texto.
4 comentários:
https://jornalggn.com.br/artigos/crise-estrutural-no-ocaso-do-capitalismo-por-eleuterio-f-s-prado-2/
Outra modesta sugestão de leitura.
Para combater o tolismo do keynesianismo tardio.
Caro Roberto, o cenário é dantesco. Caso essa queda no preço internacional do barril do petróleo seja duardoura e tudo indica que será, Estado do Rio de Janeiro (ERJ) vai enfrenfrentarentar uma grave crise fiscal ao longo do ano de 2020, com reflexos futuros. Visto que a Lei Orçamentária Anual (LOA), estima uma arrecadação com royalties e participações especiais para 2020 cerca de R$ 14 bilhões, o que representa 21% do total da arrecadação prevista para o estado neste ano (2020), considerado por vários especialistas, como uma “óleo-dependência”.
Podemos recordar que um dos motivos do endividamento do ERJ, que resultou na grave crise de 2016, foi a queda abrupta do preço do petróleo. O ERJ, certamente, foi o estado mais impactado, e, caso seja mantido o cenario atual, preço do barril de petróleo com viés de baixa.
Já em 2016, o estado passou por uma experiência bastante negativa, quando os preços desabaram, atingindo valores próximos a U$ 30,00 o barril, o que, somado a outros fatores, impactou de forma profunda as contas públicas do ERJ.
Mantido essas condições, a conjuntura econômica nacional e internacional, a situação pode ser mais complexa e aguda.
Visto que, o estado não se recuperou da última crise fiscal. Aliado ao desmonte da Petrobras e a opção da companhia pela exportação de comodites, entre outros. Como a anencefalia econômica e política dos governos estaduais e federal.
Fernando Camaz
Caro Roberto, o cenário é dantesco. Caso essa queda no preço internacional do barril do petróleo seja duardoura e tudo indica que será, Estado do Rio de Janeiro (ERJ) vai enfrenfrentarentar uma grave crise fiscal ao longo do ano de 2020, com reflexos futuros. Visto que a Lei Orçamentária Anual (LOA), estima uma arrecadação com royalties e participações especiais para 2020 cerca de R$ 14 bilhões, o que representa 21% do total da arrecadação prevista para o estado neste ano (2020), considerado por vários especialistas, como uma “óleo-dependência”.
Podemos recordar que um dos motivos do endividamento do ERJ, que resultou na grave crise de 2016, foi a queda abrupta do preço do petróleo. O ERJ, certamente, foi o estado mais impactado, e, caso seja mantido o cenario atual, preço do barril de petróleo com viés de baixa.
Já em 2016, o estado passou por uma experiência bastante negativa, quando os preços desabaram, atingindo valores próximos a U$ 30,00 o barril, o que, somado a outros fatores, impactou de forma profunda as contas públicas do ERJ.
Mantido essas condições, a conjuntura econômica nacional e internacional, a situação pode ser mais complexa e aguda.
Visto que, o estado não se recuperou da última crise fiscal. Aliado ao desmonte da Petrobras e a opção da companhia pela exportação de comodites, entre outros. Como a anencefalia econômica e política dos governos estaduais e federal.
Exatamente.
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