Na verdade, a pandemia e a crise de preços do barril de petróleo no mercado internacional apenas acelerou o processo que era desejo da diretoria-entreguista atual. Estão, agora, apenas se aproveitando da ocasião para olhar apenas para atender ainda mais e unicamente os acionistas-investidores, se voltando exclusivamente para a colossal produtividade dos campos de petróleo do pré-sal na Bacia de Santos.
A desintegração que vinham promovendo desde 2016 na Petrobras, com a entrega de partes (ativos e empresas subsidiárias a preços vis) retiraram a capacidade da empresa de sobreviver, em especial, nos momentos de crises, quando o capital de giro se mantém com os ganhos no down-stream, onde se dá o beneficiamento refino e a distribuição.
Não é por outra razão que a Petrobras é a petroleira no mundo que mais sofre estas consequências das crises atuais superpostas e simultâneas. Neste momento de crise no setor como se sabe, cada nação cuida de si, das suas empresas, dos seus mercados e da população a qual atende, prioritariamente.
A desverticalização da Petrobras tornou-a muito frágil. É evidente, que Castelo Branco e sua turma não iria rever o entreguismo anterior. Ele está dobrando a aposta (como Bolsonaro) para entregar ainda mais ativos, a preços ainda menores, num momento, em que o mercado e os fundos financeiros só aceitarão ativos a preços quase zerados.
É neste contexto que a regiões Norte Fluminense e Baixada Litorânea sofrerão ainda mais com o fechamento e/ou hibernação de várias plataformas. Não se espantem se a base operacional da Bacia de Campos, de tão pequena, passar a ser gerida direto da sede no Rio de Janeiro, deixando para trás, em especial em Macaé, com enorme paralisia e redução de atividades com empresas, fornecedoras de tecnologia, insumos e serviços que possuem bases na região.
É certo que culparão a pandemia, mas o vírus da desintegração e desmonte da estatal e do setor na Bacia de Campos é bem anterior. Infelizmente, com apoio de alguns que não quiseram se atentar para os riscos que já levantávamos.
Um comentário:
Guardadas as devidas proporções, vamos virar uma Grande São Gonçalo, desde Cabo Frio até Campos dos Goytacazes.
Eis a fatura do "desenvolvimento":
Favelas entupidas de desempregados e subempregados, orçamentos públicos incapazes de atender a demanda social crescente.
Ricos mais ricos entrincheirados nos novos feudos, os condomínios, pobres sitiados pelas narcomilícias, desigualdade e violência.
A nova idade média.
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