segunda-feira, abril 06, 2020

O golpe final do Castelo Branco (Bolsonaro da Petrobras) sobre o setor petróleo e as consequências para a região da Bacia de Campos

As decisões sobre o setor petróleo que estão sendo tomadas pela direção da Petrobras, vai praticamente desmontar a Bacia de Campos, (UN-BC - Unidade de Negócios da Bacia de Campos). E trará enorme impacto para toda a região que vai muito para além da colossal redução das receitas dos royalties para municípios e ERJ.

Na verdade, a pandemia e a crise de preços do barril de petróleo no mercado internacional apenas acelerou o processo que era desejo da diretoria-entreguista atual. Estão, agora, apenas se aproveitando da ocasião para olhar apenas para atender ainda mais e unicamente os acionistas-investidores, se voltando exclusivamente para a colossal produtividade dos campos de petróleo do pré-sal na Bacia de Santos.

A desintegração que vinham promovendo desde 2016 na Petrobras, com a entrega de partes (ativos e empresas subsidiárias a preços vis) retiraram a capacidade da empresa de sobreviver, em especial, nos momentos de crises, quando o capital de giro se mantém com os ganhos no down-stream, onde se dá o beneficiamento refino e a distribuição.

Não é por outra razão que a Petrobras é a petroleira no mundo que mais sofre estas consequências das crises atuais superpostas e simultâneas. Neste momento de crise no setor como se sabe, cada nação cuida de si, das suas empresas, dos seus mercados e da população a qual atende, prioritariamente.

A desverticalização da Petrobras tornou-a muito frágil. É evidente, que Castelo Branco e sua turma não iria rever o entreguismo anterior. Ele está dobrando a aposta (como Bolsonaro) para entregar ainda mais ativos, a preços ainda menores, num momento, em que o mercado e os fundos financeiros só aceitarão ativos a preços quase zerados.

É neste contexto que a regiões Norte Fluminense e Baixada Litorânea sofrerão ainda mais com o fechamento e/ou hibernação de várias plataformas. Não se espantem se a base operacional da Bacia de Campos, de tão pequena, passar a ser gerida direto da sede no Rio de Janeiro, deixando para trás, em especial em Macaé, com enorme paralisia e redução de atividades com empresas, fornecedoras de tecnologia, insumos e serviços que possuem bases na região.

É certo que culparão a pandemia, mas o vírus da desintegração e desmonte da estatal e do setor na Bacia de Campos é bem anterior. Infelizmente, com apoio de alguns que não quiseram se atentar para os riscos que já levantávamos.

O blog ainda está apurando o total de plataformas atingidas pela decisão. Até aqui as indicações é que seriam em torno de 15 a 20 plataformas (unidades) a serem hibernadas na BC entre elas: PGP-1, PCH-1, PCH-2, PNA-1, PNA-2, P-09, P-07, P-12, P-15, P-32, P-33, P-37. Destas P-7, P-9, P-12, P-15, P-32, P-33 serão descomissionadas. Também foi sinalizado q a P-48 terá parada de produção por um período ainda não definido. A P 48 tem problema de alto custo operacional (POB é muito grande) e não tem como reduzir para contingência mínima, pelos riscos de acidentes de grandes proporções. Há informações ainda de que o campo de Marlim estaria iniciando preparativos para também hibernar. Ainda é necessário confirmações. O mapa abaixo dá uma ideia do emagrecimento com as paralisações, hibernações e descomissionamento das plataformas na Bacia de Campos.


Um comentário:

Douglas da Mata disse...

Guardadas as devidas proporções, vamos virar uma Grande São Gonçalo, desde Cabo Frio até Campos dos Goytacazes.
Eis a fatura do "desenvolvimento":
Favelas entupidas de desempregados e subempregados, orçamentos públicos incapazes de atender a demanda social crescente.
Ricos mais ricos entrincheirados nos novos feudos, os condomínios, pobres sitiados pelas narcomilícias, desigualdade e violência.
A nova idade média.