A encruzilhada e o humanitarismo
Deu voltas no estômago.
Vociferei impropérios, como já de costume.
Disse em alto e bom som: que se fodam, foram golpeados com ajuda desses micróbios políticos, e mesmo assim ainda têm tolerância para reunirem-se a eles.
Também confesso que não pude deixar de comemorar, com certa (grande) alegria, o fato dos lacaios das empresa de comunicação estarem sob ataque das milícias bolso-moristas, que por ora se dizem rivais.
Passada a indignação com Lula e Dilma, e o regojizo com as "pedaladas fascistas" sofridas pelos porcalistas, me vejo em uma armadilha.
Sim, esse é o eterno paradoxo da chamada democracia.
Como defender o direito democrático daqueles que atacam-na, como fazem a mídia e seus lacaios?
Como entender que Lula e Dilma possam, em nome do resgate democrático, se unirem àqueles que empregaram toda sorte de ações e omissões para golpear um governo legítimo, e que respeitava os limites constitucionais do Estado de Direito?
A questão é complexa, mas as escolhas parecem óbvias.
Não construiremos, não no curto e médio prazo, um alternativa política de força que faça o fascismo jurídico-militar-bolso-morista retornar às suas cavernas, de onde foram desentocados e alimentados pelo ressentimento político de setores que hoje choram pitangas, como fhc, ciro, psol, mídia, etc.
Notem que mesmo em meio a esse furacão, esses cretinos, que deram azo ao asno que ocupa a presidência, se negam ao reconhecimento e retratação de seus equívocos políticos (ou escolhas, melhor dizendo) frente a nação brasileira, e agem como se nada tivessem a ver com esse desfecho trágico que se aproxima.
No entanto, essa constatação de que temos como "aliados" uma corja de cretinos não nos leva a nada, senão ao imobilismo do ressentimento, que por sua vez aumenta o ressentimento do imobilismo.
É preciso reunir todas as forças políticas para soterrar esse movimento político internacional, preparando as sociedades para o enfrentamento de tempos sinistros do pós-capitalismo que vem por aí, onde as pessoas serão meros objetos de avaliação algorítmica.
A raça humana, como a conhecemos, está sim em extinção.
Eu sempre me perguntei o que fazia uma pessoa como Dilma (nesse caso muito mais que Lula, que nunca foi vítima de tortura) passar por tudo que passou, e agir democraticamente, sentando ao lado de seus algozes no jogo político-institucional.
Ela que, tempos atrás, se arriscara na luta armada. O que move uma mulher como essa, que depois de chegar ao topo de sua carreira política como presidenta, caiu como vítima de violências verbais indizíveis?
Acho, vejam bem, só acho:
Talvez a sua vivência e o fato de ter experimentado a falta de opção que a levou a clandestinidade, bem como todo sofrimento ali encarnado, tenham construído uma fé inabalável que não podemos levar a experiência humana a pontos de não retorno, de falta de perspectiva que faça a violência ser a única mediadora.
Talvez seja essa a "religião" de Dilmas e de Lulas, a "religião do humanitarismo".
Me senti envergonhado, porque afinal nunca experimentei (e nem quero) situações tão precárias e tão limítrofes em minha vida, que pudessem orientar meus sentidos em escolhas em momentos de tamanha envergadura histórica.
Só me resta então confiar nesse "instinto racional" de sobrevivência (física e política) desenvolvido por eles.
Torço para estar errado, e que eles tenham razão.
Todos contra o fascismo!
Todos contra o capitão da morte!
Sim, esse é o eterno paradoxo da chamada democracia.
Como defender o direito democrático daqueles que atacam-na, como fazem a mídia e seus lacaios?
Como entender que Lula e Dilma possam, em nome do resgate democrático, se unirem àqueles que empregaram toda sorte de ações e omissões para golpear um governo legítimo, e que respeitava os limites constitucionais do Estado de Direito?
A questão é complexa, mas as escolhas parecem óbvias.
Não construiremos, não no curto e médio prazo, um alternativa política de força que faça o fascismo jurídico-militar-bolso-morista retornar às suas cavernas, de onde foram desentocados e alimentados pelo ressentimento político de setores que hoje choram pitangas, como fhc, ciro, psol, mídia, etc.
Notem que mesmo em meio a esse furacão, esses cretinos, que deram azo ao asno que ocupa a presidência, se negam ao reconhecimento e retratação de seus equívocos políticos (ou escolhas, melhor dizendo) frente a nação brasileira, e agem como se nada tivessem a ver com esse desfecho trágico que se aproxima.
No entanto, essa constatação de que temos como "aliados" uma corja de cretinos não nos leva a nada, senão ao imobilismo do ressentimento, que por sua vez aumenta o ressentimento do imobilismo.
É preciso reunir todas as forças políticas para soterrar esse movimento político internacional, preparando as sociedades para o enfrentamento de tempos sinistros do pós-capitalismo que vem por aí, onde as pessoas serão meros objetos de avaliação algorítmica.
A raça humana, como a conhecemos, está sim em extinção.
Eu sempre me perguntei o que fazia uma pessoa como Dilma (nesse caso muito mais que Lula, que nunca foi vítima de tortura) passar por tudo que passou, e agir democraticamente, sentando ao lado de seus algozes no jogo político-institucional.
Ela que, tempos atrás, se arriscara na luta armada. O que move uma mulher como essa, que depois de chegar ao topo de sua carreira política como presidenta, caiu como vítima de violências verbais indizíveis?
Acho, vejam bem, só acho:
Talvez a sua vivência e o fato de ter experimentado a falta de opção que a levou a clandestinidade, bem como todo sofrimento ali encarnado, tenham construído uma fé inabalável que não podemos levar a experiência humana a pontos de não retorno, de falta de perspectiva que faça a violência ser a única mediadora.
Talvez seja essa a "religião" de Dilmas e de Lulas, a "religião do humanitarismo".
Me senti envergonhado, porque afinal nunca experimentei (e nem quero) situações tão precárias e tão limítrofes em minha vida, que pudessem orientar meus sentidos em escolhas em momentos de tamanha envergadura histórica.
Só me resta então confiar nesse "instinto racional" de sobrevivência (física e política) desenvolvido por eles.
Torço para estar errado, e que eles tenham razão.
Todos contra o fascismo!
Todos contra o capitão da morte!
Nenhum comentário:
Postar um comentário