Por que o Congresso espera o protagonismo do STF para evitar que o autoritarismo em grau maior do BolsoMilitarista seja contido? Embora, o Legislativo enquanto poder seja múltiplo, uma das respostas possíveis é a de que Rodrigo Maia teme repetir Eduardo Cunha e acabar tragado pelo vagalhão do conflito social que aparece no horizonte para o último trimestre deste ano.
A elite financeira que se beneficia do BolsoMilitarismo também (e ainda) não quer pagar o preço político desse decisão que ajudou a apear essa turma ao poder político e ao controle do Brasil. Ainda esperam retirar mais algumas vantagens, redução de direitos civis, salários para tornar o trabalho no país ainda mais baratinho. Querem ainda o acesso ainda a mais e mais entregas vis dos ativos estatais com as privatizações, feita a rodo e sem licitações e/ou leilões. Também não querem os generais (militares) com soldos dobrados tenham ressentimentos futuros.
Enquanto isso o BolsoMilitarismo segue e se ajusta aos esquemas e práticas milicianas. A mídia comercial, dividida, em parte revê o seu papel se aproxima da nova maioria, mostrando a realidade do desgoverno miliciano, enquanto espera o sinal do capital e do Congresso para saber a direção a tomar.
Outra parte da mídia também neoliberal, mesmo sangrando Bolsonaro, trabalha para evitar o impeachment, contendo o capitão-cavalão e filhos, enquanto Guedes termina o trabalho a favor da banca. No limite, a mídia corporativa aceita qualquer direção imposta pela elite financeira, desde que não tenha relação com o PT e a esquerda e começam até a ver com bons olhos, um mingau de centro, que misture e lustre a saída com verniz dos dois lados.
Assim, Bolsonaro vai ficando no Planalto como um morto-vivo, à frente do desgoverno que nada faz, para além de tentar evitar sua saída, mesmo que sob abraço de afogado ao centrão, diante de uma nação que tolera seguir sem ministros da Saúde e Educação e sofre a agonia diária da pandemia que avança para superar uma centena de milhares de mortes pela Covid.
Como vítimas é o lado de onde nos encontramos. Somos o contra-poder que luta para sobreviver, enquanto pensa na reorganização das instituições e do país. Do lado de cá as pessoas se misturam a diferentes compreensões. O caminho de uma frente ampla com o risco de ser engolfado por esse desejo do centro e de conservar o neoliberalismo (com verniz social), ou, de uma frente de esquerda que recupere o desejo de reconstrução da nação para a maioria dos brasileiros.
No horizonte, não há sinais de que uma saída, como encontrada em 1990, passe por um novo acordo político, e sim, por uma reafirmação de identidades e de um conjuntos de princípios em favor da maioria para promover inclusão social, desfazer desigualdades e estabelecer uma nação para os que mais precisam dela. O Brasil e os brasileiros superarão este martírio ao reencontrar o caminho que supere a atual encruzilhada.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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