A divulgação hoje de que o jornalista Douglas Tavalaro (próximo da igreja Universal) que tocou o projeto de implantação da CNN-Brasil, está deixando o controle da emissora para o empresário Rubens Menin, que já era seu investido. A partir daí dois movimentos precisam ser avaliados:
1) O que Tavalaro vai fazer nos EUA e na CNN de lá? A serviço de quem?
2) A outra pergunta é por que a MRV está
interessada no controle total da CNN, no mesmo movimento já feito pelo setor
financeiro e de fundos?
A XP (Itaú) do portal sobre corporações e o mundo das finanças, o InfoMoney e o BTG Pactual assumiu a revista Exame. Enquanto o que restou do grupo Abril (na maior parte dívidas) foi adquirido por um operador do setor financeiro que mexe com empresas em recuperação judicial.
Há relação entre
estes movimentos? Quem é o grupo MRV?
Grupo que nasce em 1979 ligado à construção civil. Hoje é
uma holding com 6 subsidiárias tendo a maior construtora do Brasil com mais de
500 mil unidades vendidas. A MRV teve receita de R$6 bilhões em 2019 e Ebidata
de R$ 1 bilhão. Lucro líquido de R$ 690 milhões em 2019 e R$ 550 milhões em
2020 e R$ 7,35 desde lançamento de seu IPO. 35 mil unidades habitacionais lançadas
em 2020 num valor de R$ 7,5 bilhões. MRV tem um Land Bank com estoque terras no
valor de R$ 63,8 bilhões. 17,5 mil funcionários em obras mais cerca de 5 mil em
outras atividades. Hoje trabalha com um SuperAPP e IA em negócios imobiliários,
agilização de créditos, contratos eletrônicos, etc. É uma holding com ações em
bolsas. Família Menin tem o controle de 37,7% das ações. Outros acionistas 44,7%.
Fundo Atmos Capital 10%. Fundo Dynamo com 6%. No setor financeiro, a família
Menim é também dona do Banco Inter, antigo Banco Intermedium, com sede em Belo
Horizonte que é um destes bancos digitais do Brasil, ou fintechs que se
deslanchou como o Nubank e o Original vinculados a meios de pagamento não
bancários. O banco Inter patrocina o time de futebol do São Paulo, enquanto a
família Menin é “mecenas” do Atlético Mineiro.
Por fim, é oportuno lembrar que a Igreja Universal também
possui seu braço financeiro e vários outros negócios, para além da Rede de
televisão e de rádios da Record.
A leitura que precisa ser aprofundada é como as pernas financeiras e midiáticas destes grupos cresceram tanto e deixaram ser contratadas e terceirizadas, passando a ser negócios próprios e diretos de seus grupos? Há ainda que se observar a integração destes veículos com as mídias e plataformas sociais.
Isenções tributárias, lavagem de dinheiro e densos fluxos financeiros parecem ser parte destes movimentos que mostram ainda relações de poder e com o Estado que é concessionário de muitos destes veículos de comunicação que seguem desregulados no que diz respeito não apenas, ao controle acionário, mas de conteúdos.
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