A usina termelétrica (UTE) a gás natural da empresa GNA (Gás Natural Açu) instalada na área da Prumo, no Porto do Açu já poderia estar em funcionamento, neste momento de demanda de energia elétrica no país, porém, um problema no última fase de testes interrompeu o cronograma inicial.
Em dezembro de 2020, já tinha sido concedida pelo Inea, a última licença ambiental necessária para entrar em funcionamento, a Licença Operação (LO). No dia 27 de janeiro foi a vez da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizar o início de operação em testes da UTE GNA I.
UTE-1 e as 3 turbinas da Siemens. Fonte: GNA. |
O funcionamento da UTE-I da GNA no Açu exige a operação conjunta da unidade de regaseificação do GNL, a subestação (SE) – para elevar a tensão da energia elétrica gerada - para ser jogada na linha de transmissão, ao nível de 345 mil volts, até à interligação no Sistema Interligado Nacional (SNI) na subestação de Furnas, em Campos. Tudo isso já está pronto desde o final de 2020.
Porém, um “expressivo problema” (que pode ter sido, um erro
de operação) na(s) turbina(s) da Siemens, na última semana de abril, criou
consequências que levaram ao adiamento de novos testes e mesmo a entrada em operação definitiva da usina termelétrica UTE-1 da GNA. Informações obtidas pelo blog - de mais de duas fontes -, disseram que os técnicos da Siemens estão se desdobrando, mas ainda assim, os reparos podem levar mais
dois meses até serem liberados novamente para testes e para a operação.
A participação da Siemens como fabricante das turbinas na
sociedade do consorcio da GNA é uma forma de garantir a aquisição do
equipamento mais caro de uma usina termelétrica. A UTE GNA I compreende três
turbinas a gás SGT6-8000H, uma turbina a vapor, três geradores de recuperação
de calor mais os sistemas de instrumentação e controle. O modelo SGT6-8000H
(classe H) é um equipamento veio da Europa através do Porto de Antuérpia na Bélgica
e pesa cerca de 291 toneladas, possui 11 metros de comprimento, 4,8 metros de
altura. Juntas as três turbinas a gás terão capacidade de gerar 1,3 GW de
energia elétrica.
É estranho que uma informação deste tipo de um empreendimento de porte como esse e que envolve empresas importantes, estejam sendo mantidas
neste relativo sigilo, até porque no mundo atual segredo deste tipo é quase impossível de ser controlado, quase toda a mídia corporativa, quase sempre só se ocupe, dos releases de marketing dos empreendimentos que são recebidos no caixa.
É oportuno registar que a GNA (Gás Natural Açu) é resultado de um consórcio
(joint venture) entre grandes corporações como a Prumo Logística (controladora do Porto do Açu), a BP,
a Siemens e a SPIC que garantiu o financiamento junto ao International Finance
Corporation (IFC) – órgão vinculado ao Banco Mundial - no valor de US$ 288
milhões, e outro, no valor de R$ 1,76 bilhão, obtido junto ao BNDES e ao banco
alemão, KfW IPEX-Bank.
Todo o planejamento da GNA (Gás Natural Açu) compreende a implantação de duas usinas termelétricas de ciclo combinado movidas a gás natural (UTE GNA I e UTE GNA II), a primeira com capacidade de gerar 1.300 MW (1,3 GW) e a GNA-II - que teve sua construção adiada, desde o início da pandemia - tem capacidade de gerar 1,7 GW. Juntas alcançariam 3.000 MW de energia.
As duas UTEs da GNA-1 trabalharão com a importação de GNL (Gás Natural Liquefeito) e um unida de regaseificação (navio FSRU BW Magna) que recebe o GNL importado de navios gaseiros. Essa articulação torna o negócio como uma espécie de hub de gás natural, com processamento de 21 milhões de metros cúbicos/dia.
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