A matéria abaixo do Valor (28-09-2021, p. B4) trata do acordo entre a Eneva e o Grupo Vale Azul Participações (GVA), sobre acordo de exclusividade firmado até dezembro de 2022, para controle acionário e implantação do projeto licenciado do Terpor que envolve terminal portuário (granel líquido), manuseio, transporte e armazenagem de petróleo, apoio de operações offshore offshore e terminal de GNL em Macaé.
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A Eneva, é a ex-MPX que foi do empresário Eike Batista e que era dona dos projetos de térmicas (UTEs) a carvão e gás junto ao Porto do Açu. A MPX foi vendida quando da crise da holding EBX do empresário em 2013, trocou de nome e passando a se chamar Eneva.
O acordo de exclusividade assinado entre o grupo Vale Azul (EBTE) e a Eneva tem como objetivo estudar a viabilidade técnico-econômica do projeto licenciado visando sua implementação no todo ou em parte no município de Macaé, RJ, mas tem como maior interesse os negócios relacionados à matriz de gás natural. O acordo prevê que Eneva tenha 65% e Vale Azul (EBTE) fique com 35%.
A Eneva que tem ativos no Norte, é controlada hoje por fundos do BTG e do Itaú. Esse fato reafirma as estratégias da financeirização do setor de gás, a partir do novo marco legal, com a ampliação da atuação dos fundos financeiros como principais agentes dos projetos regionais de grande porte que definem a produção e o uso do território no Norte do ERJ.
Sai a estatalidade da Petrobrás e entra em seu lugar, o setor financeiro enlaçado ao extrativismo das corporações privadas que atuam globalmente no setor de óleo e gás.
Se confirmadas as instalações de um novo Hub de Gás em Macaé (já há o UPGN de Cabiúnas da Petrobrás), junto com o Hub que se instala com a GNA no Porto do Açu, SJB, os dois municípios vão ampliando as suas condições de polos, dentro do que venho chamando - desde 2014/2015 - de Circuito Espacial do Petróleo que se estende do região metropolitana do ERJ, ao NF, indo da área continental aos espaços offshore deste litoral.
Isso é parte da Economia do Petróleo - que se diferencia do petrorrentismo da Economia dos Royalties, mas tratam de grandes projetos de investimentos, que se estabelecem como enclaves - quando há pouquíssima conexão com as comunidades e as regiões.
Assim, seus investidores (capital) dão forma ao território, escolhem e fazem lobies para os seus interesses junto ao poder político e o Estado, mas fazem questão de se envolver o mínimo necessário, para atender projetos de compensação e mitigação e realizar os discursos de sustentabilidade socioambiental.
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